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Já está na hora de mudar de id(é)ia!

A partir de 2012 o uso da nova regra ortográfica é obrigatório para todos, e principalmente os estudantes que vão prestar o vestibular devem ficar de olho nas mudanças.

Marília Dalenogare

A unificação da ortografia privilegiou mais a pronúncia das palavras do que a origem (fonte: papo de tudo)

Em janeiro de 2009 entrou em vigor o novo acordo ortográfico da língua portuguesa. Firmado em 1990, o acordo tem com objetivo unificar a língua dos países que falam português e integram a CPLP, a comunidade de países de língua portuguesa. Dentre os países da CPLP, o Brasil foi o primeiro a adotar a nova grafia, mas em todas as nações lusofalantes o português irá mudar adequando-se ao acordo. Com essas novas regras cerca de 0,5% das palavras foram alteradas, entre essas alterações, algumas são que: o trema saiu, o acento diferencial também e algumas regras de acentuação mudaram.

Como o novo acordo entrou em vigor em 2009, inicialmente as novas regras só deveriam ser aplicadas a documentos oficiais dos governos. Para as escolas foi dado um prazo maior para a substituição dos livros didáticos, estipulou-se que entre 2010 e 2012 fosse o período de transição para a nova ortografia se tornar obrigatória para todas as séries.

A partir de 2012, em salsa de aulas e, principalmente, nos vestibulares, as novas regras já serão obrigatórias, a respeito dessa preparação as professoras de língua portuguesa da Escola Estadual de Educação Basica Sepé Tiaraju, Maria Inês Rizatti e Cláudia Maria Bizello falam que os docentes já estão trabalhando o novo acordo em sala de aula, desde que ele entrou em vigor, e que muitas vezes algum conteúdo que já foi dado é retomado para contemplar a nova ortografia. Elas também salientam que os próprios alunos têm a preocupação em escrever certo e cobram os professores quando a regra velha é usada.

Mas a grande pergunta é: o que mudou? Não muita coisa na verdade, entre as principais modificações estão: não se usa mais o trema (exceto nomes estrangeiros), o acento diferencial deixou de ser usado em alguns casos (e já não difere mais certas palavras), o alfabeto agora conta com 26 letras, incluindo k, w e y, e a principal mudança no novo acordo refere-se ao uso do hífen e a acentuação das palavras. Além de ser uma das maiores mudanças, esta também é a maior dificuldade dos alunos, por exemplo: as paroxítonas com ditongos abertos, como “ói” e “éi” perdem o acento, o acento circunflexo em paroxítonas com duplos “e” ou “o” também deixa de existir, entre outras regras.

Sobre a mudança no novo acordo ortográfico, as opiniões diferem: se por um lado unifica a linguagem e facilita a comunicação entre os países que falam português, por outro lado, acredita-se que é muito trabalho para poucas mudanças, pois todos os livros brasileiros, documentos e material de ensino precisarão ser repostos. Sobre isso, a professora Cláudia diz que a nova ortografia foi muito pouco pensada, mal feita mesmo, pois eles deveriam se preocupar com outros aspectos da língua, de forma a facilitar nossa fala e escrita e não em unificar a língua com outros países. Como exemplo disso ela diz que é uma perda de tempo retirar o trema e o acento diferencial, não tem porquê.

Com a mudança na ortografia, a dúvida na hora de escrever é freqüente, muitas vezes não nos lembramos da grafia correta e se esta mudou ou não, e não são poucos os casos em que a palavra nem mudou e culpamos a nova ortografia por confundir nossa cabeça! Exemplo disso a palavra “campus”, vista em campanhas do ministério da educação com acento circunflexo, gerando a dúvida: agora com a nova ortografia a palavra é acentuada? Não, na verdade o acento se justifica se a palavra for aportuguesada, seguindo as regras de que devem ser acentuadas as paroxítonas terminadas em “us”, como no caso de vírus, bônus, entre outras, e vale lembrar que a regra não mudou para essas palavras.

A língua portuguesa já é considerada uma língua difícil, pelo grande número de regras pela qual ela é submetida, agora além de cuidar os acentos usuais, deve-se lembrar das mudanças, pois o período de tolerância acabou, a partir de 2012, a nova regra já está na ativa, e você não terá mais desculpas para colocar o trema, agora só o Müller pode usa-lo.